#194 Aceleracionismo – com Moysés Pinto Neto

Saudações pessoas! Nessa edição do Viracasacas trazemos novamente Moysés Pinto Neto , filósofo, professor e criador no TranseHub. Dessa vez vamos discutir ACELERACIONISMO. É um movimento? É uma filosofia? É um princípio político? Por que essa ideia envolve figuras tantas figuras vanguardistas de diversos espectros políticos? Quais as implicações do aceleracionismo para as discussões contemporâneas sobre ecologia, política e tecnologia? Num momento no qual o futuro chega rápido é enfaticamente atirado na nossa cara, incontrolável e, na maioria das vezes, pouco promissor. A imaginação das ficções redentoras da humanidade pela via da tecnologia, a la Star Trek, passaram a dar lugar a cenários cada vez mais sinistros, nos quais maravilhas tecnológicas convivem com mundos arruinados. É possível dizer que o capitalismo poderia cair sob o peso de suas próprias contradições? Por que os aceleracionistas reivindicam Marx? Imaginação de futuros possíveis é parte essencial de qualquer projeto político, algo essencial para deixar de lado a moral distópica que colonizou nosso imaginário político.

Referências

Manifesto Aceleracionista


Exterminador do Futuro vs Avatar: notas sobre o aceleracionismo

Tudo que você sempre quis saber sobre ACELERACIONISMO e não sabia a quem perguntar

Dicas Culturais

(Canal) Transe
(Livro) Isso não é um Manifesto
(Editora) Caja Negra
(Filme) Blade Runner 2049
(Livro) Malign Velocities: Accelerationism and Capitalism
(Livro) Deuses Americanos
(Anime) Ghost in the Shell (1995)
(Anime) Ghost in the Shell: Stand Alone Complex


Comunicado

Queridos ouvintes do Viracasacas,

Viemos a público dizer que nós, criadores e hosts do Viracasacas, endossamos o conteúdo da carta publicada pelo coletivo de produtores de conteúdo e podcasters, disponível neste link:

Entendemos que momentos como esses tornam necessárias as discussões sobre a construção de espaços e práticas fundados no respeito e confiança mútuos, base para a construção de uma sociedade menos injusta e mais igualitária. 

Como em outros desagradáveis momentos, anunciamos que vamos retirar das plataformas nossos conteúdos relativos a pessoas que praticam atos que, sobretudo, ferem pessoas que nos apoiam e com quem nos importamos.

Atenciosamente, 

Carapanã

Gabriel Divan

Felipe Abal

EH VÁRZEA 001 -Conservadorismo para a Morte

Na reestreia da coluna Carapanã discute a espantosa habilidade da direita brasileira em reescrever sua própria história, algo particularmente importante diante da catástrofe que é o governo Bolsonaro.

Referências

(Podcast) Guilhotina 88 – Marcos Nobre

(Texto) ehvarzea – A “direita de verdade” ou lições aplicadas em deformação da história

(Texto) Bolsonarismo – Arquitetura da Destruição

(Texto) Os dez maiores períodos de seca no Brasil

(Texto) Waimiri Atroari – Sobreviventes de Genocídio

(Podcast) Medo e Delírio em Brasília – Dias 647, 648, 649


#193 – Guerra e Paz na Colômbia – com Matheus Lobo

Saudações pessoas! Nesse episódio do Viracasacas recebemos o jornalista Matheus Lobo para uma conversa sobre um assunto que volta e meia citamos em outros episódios: a política colombiana. Matheus é autor, junto com o Rodrigo Simões, do livro Colômbia:  Movimentos pela Paz”, publicado em 2014. Começamos falando sobre o processo de pesquisa e escrita do livro, que se deu num momento no qual os acordos de paz ainda eram incertos. Depois abordamos como o senso comum político e midiático trata o conflito colombiano de forma caricata, isolando o surgimento de grupos armados insurgentes como as Farc e o ELN de um contexto histórico de violência política e guerra civil. Falamos também sobre a altíssima incidência de assassinatos, desrespeito aos direitos mais básicos e perseguições políticas encabeçadas por governos, autoridades e paramilitares alinhados à direita – que aparecem menos do que deveriam na grande mídia. Dado esse panorama, seria possível chamar de democrático um Estado que assassina 14 pessoas num protesto contra a violência policial? Além disso, o contexto político de longa duração da Colômbia traz paralelos importantes para pensar o caso Brasil, sobretudo depois a ascensão do bolsonarismo. O uribismo é um fenômeno político marcado por uma direita populista, autoritária e alinhada com latifundiários, paramilitares e narcotraficantes.   Álvaro Uribe, no auge de sua popularidade, decretou uma guerra total à sociedade civil colombiana com a desculpa de combater as Farc. Apesar de tudo, novos ventos sopram no país e é mais que necessário entender como foi possível agir politicamente num cenário tão adverso como esse.

Material de Referência

Download gratuito do livro “Colômbia: Movimentos pela paz”

Dicas Culturais

(Livro) O General em seu Labirinto

(Filme) A Estratégia do Caracol

(Artigo) O fim do uribismo e a narco-burguesia colombiana

(Jogo) RUINER

(Livro) Gênero, neoconservadorismo e democracia: Disputas e retrocessos na América Latina

(Lugar) Museo Botero

(Série) Cobra Kai

Escute o Viracasacas em qualquer agregador de podcast de sua preferência, ou baixe sempre os episódios AQUI, ou escute em plataformas como o Spotify:

#192 O índio, o Ouro e o Mercúrio – com Juliana Batista e Gustavo Faleiros

Saudações pessoas! Nesse episódio do Viracasacas trazemos Juliana Batista, advogada no Instituto Socioambiental, e Gustavo Faleiros , jornalista e editor do site InfoAmazônia, para uma conversa sobre a destruição da política ambiental brasileira e o avanço do garimpo nas terras indígenas. Se há uma promessa de campanha da qual Jair Bolsonaro não se esqueceu foi a de colocar sob fogo cerrado (literalmente) o patrimônio natural brasileiro. Começamos discutindo como as canetas do Presidente da República e de seu anti-ministro Ricardo Salles erodiram com rapidez assustadora um legado de décadas de política ambiental no Brasil. Conselhos participativos foram transformados em clubes de amigos, diretrizes implementadas desde o período da Ditadura Militar esquecidas em prol de memes e negaciosismo científico. Essa destruição se dá em paralelo com a erosão da independência funcional de setores importantes do judiciário e o aparelhamento de órgãos como a FUNAI e o ICMBio através da nomeação de diretores e chefes pouco comprometidos com a missão dessas instituições. O resultado é uma onda sem precedentes de desmatamento, garimpo e incêndios florestais, e a consolidação do “agro” como uma força política que se sustenta pelo constante esforço de apropriação de terras públicas – mais do que pela bem sucedida agroindústria brasileira. O garimpo promete ampliar sua destruição sem precedentes, trazendo contaminação de solos, espécies comestíveis e água com mercúrio. A promessa de “explorar as riquezas” da Amazônia feita pelo presidente em sua campanha (e repetida no embaraçoso encontro com Al Gore) se traduz no seguinte cenário: garimpeiros precarizados operando ilegalmente em terras indígenas, em posse de maquinários caríssimos, a mando de políticos e empresários que contrabandeiam todo o ouro para fora do país com a absoluta conivência do Estado Brasileiro. Diante da destruição organizada do país, as elites brasileiras continuam enchendo os bolsos e almejando aquela passagem só de ida para a Flórida ou Portugal.

Referências

InfoAmazonia

SocioAmbiental

Dicas Culturais

(Podcast) Anticast #433 – Sônia Guajajara

(Artigo) Especial InfoAmazonia sobre Mercúrio

(Livro) História da Amazônia

(Livro) Os Fuzis e as Flechas

(Livro) A Queda do Céu: palavras de um xamã Yanomami

(Show) Gal Costa – A Pele do Futuro

#191 – “Impeachment: modo de (não) usar” – com Marcelo Semer e Beatriz Falcão

Saudações pessoas! O Viracasacas dessa semana tem a honra de receber Marcelo Semer , juiz, escritor membro e ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia, e Beatriz Falcão , cientista política e analista de relações institucionais, para falar sobre aquilo que não sai da boca do povo: IMPEACHMENT. Começamos discutindo porque o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 inaugurou uma era de instabilidade política depois do relativo equilíbrio da Nova República. A eleição de Bolsonaro, a reboque da Operação Lava Jato, adicionou gasolina ao fogo ao trazer uma expressa politização das forças de defesa e segurança, além de intensificar o processo de partidarização do judiciário. Agora assistimos a uma banalização do instrumento do impeachment no tempo e no espaço – com governadores sofrendo processos de cassação não exatamente por seus prováveis crimes, mas porque decidiram romper com o grupo do Presidente da República. Por outro lado, a aproximação de Bolsonaro com o Centrão e suas escolhas para o judiciário, tendem a blindá-lo de um processo similar… ainda que haja um recorde de processos e crimes. Não há salvação que venha do judiciário, tampouco desse congresso – uma vez que não foram criadas as condições políticas para tanto. O bolsonarismo, ao mesmo tempo em que parece ter encontrado sua estabilidade no trio Evangélicos-Centrão-Militares, também ainda não conseguiu se consolidar como um campo independente, sendo um movimento fundado única e exclusivamente na imagem produzida de seu líder.

Referências

Impeachment é pauta-bomba para a democracia

Dicas Culturais

(Livro) Política – Quem Manda, por Que Manda, Como Manda

(Livro) Sentenciando o Tráfico: O papel dos Juízes no Grande Encarceramento

(Livro) Nas Ruínas do Neoliberalismo

(Livro) Bolsonaro: o Mito e o Sintoma

(Podcast) Justificando

(Álbum) Marcelo D2 – Assim tocam meus tambores

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