#238 “O Direito, o liberalismo e tudo o que não presta”

Saudações pessoas! Nessa semana Carapanã e Gabriel Divan comentam a histórica mobilização indígena nacional no “Acampamento Luta pela Vida” e como a esdrúxula tese do Marco Temporal tem tudo a ver com a desgraça generalizada que se abateu no Brasil. O julgamento sobre a homologação da Terra Indígena Raposa Serra Sol foi o início de uma mobilização mais ampla de diversos setores conservadores, primeiro contra os povos indígenas e mais tarde contra o Brasil e os brasileiros. 2009 foi o ano no qual generais da ativa iam à TV contar lorotas sobre segurança nacional e Amazônia, recebendo muitos aplausos da oposição e ganhando capital político. O mais vocal deles hoje é peça fundamental do governo Bolsonaro. A tese do Marco Temporal é uma absoluta excrescência jurídica e sua manutenção coloca os povos indígenas em perigo. Não obstante, grandes veículos de mídia escolheram ignorar largamente as manifestações e reproduzir estudos “secretos” (sempre um eufemismo) e baboseiras sobre “insegurança jurídica” – chegando à repetir a tese ridícula de que os indígenas poderiam reivindicar Copacabana… O presidente do STF adiou o julgamento, o que acabou por quase desmobilizar os indígenas, e cá estamos. Falamos também sobre como qualquer VESTÍGIO de justiça fundiária sempre deixa as elites brasileiras apavoradas, uma vez que a apropriação de recursos públicos e a exploração ilegal de recursos naturais tem sido uma das principais formas de acumulação de riqueza pelos nossos senhores feudais. Como já disse uma figura ilustre “O Brasil tem um enorme passado pela frente”.

Referências

Dado espalhado por ruralistas sobre prejuízo com demarcação indígena vem de estudo “secreto”

O “marco temporal” da usurpação dos direitos indígenas

Viracasacas #180 – “Dono é quem desmata”: bolsonarismo, grilagem e florestas em chamas

Viracasacas #192 – O Ouro, o Mercúrio e o Índio

Viracasacas #220 – Grilagem para Principiantes

ehvarzea #018 – Levante pela Terra: contra o PL490 e o Marco Temporal

Dicas Culturais

(Seminário) Direitas, Fascismos, Bolsonarismo – Sessão 10: Letícia Cesarino e Isabela Kalil

(Documentário) UNTOLD Vol 1: Malice at the Palace

(Documentário) Marginal Alado

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Expediente
Pai-Fundador: Felipe Abal
Apresentação: Gabriel Divan e Carapanã
Capas: Gui Toscan
Edição de Áudio: Thiago Corrêa & Estopim Podcasts

#237 “O Afeganistão é ruim de invadir” – com Tanguy Baghdadi

Saudações pessoas! No Viracasacas dessa semana recebemos ele, o magnânimo professor de relações internacionais e host do Petit Journal: Tanguy Baghdadi! E vamos falar de Afeganistão, assunto deprimente pra caramba, já que o Viracasacas não é um podcast leve. Começamos falando da origem do Afeganistão como nação, das guerras coloniais e do pau seco que os ingleses tomaram em todas elas. Depois falamos da fundação do Afeganistão como um reino, do processo de modernização que guiou o país após a Segunda Guerra Mundial. O processo de modernização levou à aceleração de diversos conflitos internos (entre um interior feudal e teocrático e áreas urbanas num acelerado de transformação) e acabou culminando na queda da monarquia. Cinco anos mais tarde o país foi tomado pela Revolução de Saur, um levante socialista apoiado por diversos setores descontentes da população. A Revolução priorizou a reforma agrária e a secularização, chegando a conceder direitos políticos às mulheres, mas isso acabou acirrando os conflitos no interior do país. Esse cenário de instabilidade levou à disputas sangrentas entre duas facções de socialistas. A intervenção da União Soviética e sua posterior ocupação iniciou uma guerra sem precedentes num país já marcado por conflitos. Milícias regionais, de cunho étnico ou religioso, que já eram apoiadas pela CIA desde antes da ocupação soviética passaram receber ainda mais apoio e conseguiram ganhar a guerra. Desses grupos de Mujahidi viria a surgir mais tarde o Talibã (traduzido do pashto: os estudantes) um grupo marcado por sua interpretação do Islã que mistura uma adesão ao salafismo junto com códigos e costumes étnicos do povo pashtun. Em 1996 tomariam o Afeganistão e em 2001 se tornariam inimigo público número 2 dos Estados Unidos, atrás apenas da AlQaeda, grupo terrorista saudita que operava entre o Afeganistão e o Paquistão. Afeganistão invadido, Osama Bin Laden morto, governo provisório montado e depois de 20 anos de ocupação assistimos ao inevitável desmoronamento. De quem é a culpa? O que vai acontecer com o Afeganistão? Seria o fim da era das ocupações sob pretensões de nation building? Vamos discutir.

Referências

Viracasacas #147 Para Entender o Irã – com Tanguy Baghdadi

Politics Theory Other – The Taliban on the Verge of Victory – with Paul Rogers

Petit Journal – Talibã S.A. – De onde vem a grana?

Tariq Ali – Debacle in Afghanistan

Jamil Chade – Corrupção, deserção e traições: a história da vitória do Talibã

Constable – The Taliban has successfully built a parallel state in many parts of Afghanistan

Dicas Culturais

(Livro) O Afeganistão depois do Talibã

(Documentário) Bitter Lake

(Podcast) Nós da Imprensa

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#236 – “A República do Absurdo”

Saudações pessoas!

No episódio dessa semana Carapanã e Gabriel Divan comentam os (muitos) fatos da semana. Começamos falando sobre a corrida maluca que a Marinha fez em Brasília, cuja estrela foi um tanque FUMACÊ que deve ter matado muito mosquito da dengue. Depois falamos sobre a votação da absurda deforma eleitoral que foi chamada pelos bolsonaristas de “voto impresso”. Jair ganhou? Perdeu? Discutimos se o copo está meio cheio ou meio vazio mas o que tem dentro dele É MERDA. Discutimos a última que o Centrão e o sinistro Paulo Jegues querem colocar no nosso: mais uma “mini” reforma trabalhista. Mais umas três e revogam a Lei Áurea. A blitzkrieg legislativa tocada por Arthur Lira promete mais retirada de direitos para os brasileiros e mamatas diversas para ele e os seus. A boa notícia da semana é que Bob Jeff foi passar uma temporada em Bangu, onde vai encontrar seu ex-genro, Dr. Jairinho e curtir um xadrez. Depois de gravar vídeo atrás de vídeo armado e ameaçando ministros do STF (dentro outros) a PF pediu sua prisão – que foi prontamente aprovada por Alexandre, o Jardineiro Paraguaio. A resposta de Bolsonaro foi a mais previsível do mundo: ameaçar golpe, chamar manifestações de boomers golpistas e dizer que vai entregar ao Senado um pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Enquanto isso Bananinha foi dar mais uma voltinha nos EUA, em mais um evento de figuras da extrema-direita na qual atacou o sistema eleitoral brasileiro com as mentiras do papai e colocou Steve Bannon pra dizer que vai interferir nas eleições brasileiras de 2022. Diante disso tudo perguntamos: e se fosse alguém da esquerda? E se um dirigente de partido de esquerda estivesse ameaçando ministros em vídeos nos quais posa armado? E se quadros da esquerda estivessem convidando atores de outros países publicamente a interferir nas eleições brasileiras? Sabemos da resposta. Essa direita, além de corrupta e criminosa, vive da apatia e do colaboracionismo do poder.

Dicas Culturais

(Quadrinho) Batman: The Dark Knight Returns

(Podcast) Cientistas na Linha de Frente

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Pai-Fundador: Felipe Abal

Apresentação: Gabriel Divan e Carapanã

Capas: Gui Toscan

Edição de Áudio: Thiago Corrêa & Estopim Podcasts

#235 “Dano Colateral” – com Natália Viana

Saudações pessoas!

Essa semana conversamos com a jornalista Natália Viana (no Twitter: @VianaNatalia ) , diretora executiva da Agência Pública de Jornalismo, vencedora de inúmeros prêmios jornalísticos e autora de matérias e colaborações com vários veículos de gabarito, que está lançando pela Companhia das Letras a obra “Dano Colateral” que aborda a intervenção – ou será instalação….? – dos Militares na gestão da segurança pública brasileira. O que querem, o que pensam, até onde podem (ou pensam que podem chegar)? Qual o estilo e qual o panorama político que permite e convive com essa realidade? Em um período de franca fascistização dos discursos político-governamentais brasileiros e suas práticas, que relação tem essa usurpação confortável (para eles) desse espaço e desde quando podemos ver raízes desse fenômeno? Em tempos de motociatas, carreatas e tanqueatas assolando nosso país que parece ter mais nada com que se preocupar (…) um tema espinhoso – e necessário

O linguajar militar inclusive convive com, quando não aprova, uma série imensa de vidas perdidas a títulos de “danos colaterais” em operações e estratagemas que, à primeira vista, procuram garantir a lei. E a ordem.

Dicas Culturais

(Série) Demolidor – Netflix

(Disco) Happier Than Ever – Billi Eilish

(Livro) Rondon: uma biografia – Larry Rohter

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Edição de Áudio: Thiago Corrêa & Estopim Podcasts

#234 “Queima Colonial” – com Gabriel Mantelli

Saudações pessoas! Nesse episódio recebemos Gabriel Mantelli (no Twitter: @gabrielmantelli), advogado e professor de Direito, para uma conversa a respeito de colonialidade, descolonialidade e as reações em torno da defumação da estátua do Borba Gato. Falamos sobre a importância dos movimentos descoloniais para os atuais processos políticos das esquerdas na América Latina. Enquanto isso, as direitas no primeiro mundo e além parecem cada vez mais sustentadas na apologia da escravidão e do genocídio. Discutimos também as prisões arbitrárias de Galo, Géssica e Biu – que têm um caráter flagrantemente político. Falamos também da histeria das elites que inventaram um legado e uma história para os bandeirantes e que se sentem diretamente afetadas por qualquer discussão sobre a memória e a história deles. E enquanto tudo isso acontecia a Cinemateca ardia em chamas, pois Ministros e Secretários mamateiros e vagabundos cortaram as verbas e contratos para a manutenção dos acervos. Num Brasil que se enterrou numa espiral de destruição e morte e cujo governo se regozija com a matança e a destruição da cultura e da memória faz se necessário ignorar as lágrimas de crocodilo das direitas e das elites. LIBERDADE PARA GALO!

Dicas Culturais

(Livro) Enciclopédia Negra
(Livro) Mariátegui: Marxismo, política e questão indígena
(Série) Watchmen
(Série) Falcão e o Soldado Invernal
(Jogo) Gladiator – Road of the Sword
(Filme) The Wild Bunch

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